domingo, 27 de novembro de 2016

Seminário debate gestão nas redes de atenção à saúde



Compartilhar saberes entre os profissionais da academia e os da gestão pública em saúde é um dos objetivos do Seminário de Modelos de Gestão nas Redes de Atenção à Saúde: os desafios da integralidade do cuidado que começou nesta sexta-feira (25). A programação segue até este sábado no auditório do Hotel Plaza Praia Suítes. O evento reúne cerca de 170 gestores, técnicos, pesquisadores, profissionais e acadêmicos da área. O seminário é realizado pela Secretaria da Saúde do Estado e pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC), da Universidade Estadual do Ceará (Uece), com a parceria do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/CE).

A abertura do seminário contou com a participação do secretário da Saúde do Estado, Henrique Javi. “A saúde, o sistema sanitário, é o maior benefício social que qualquer país, estado e município tem. E desta feita não poderia ser tratada de forma menor, depreciada ou até com simplificações rebuscadas porque muitas vezes a teorização não corresponde à prática”, declarou.

O secretário destacou ainda que o objetivo final é a satisfação daquele que precisa do sistema de saúde. “Gestores bons são os que estão fazendo gestão na escassez. Esses fazem a diferença no SUS no momento mais crítico da história dele”, disse Henrique Javi. Temas como cuidado integral na organização de serviços, organização do processo de trabalho em saúde e monitoramento e avaliação das redes de urgência e emergência e atenção básica estão na programação do seminário.

A aproximação da Sesa com os gestores de Saúde em cada um dos 184 municípios cearenses é ainda mais necessária em um período de transição nas administrações municipais, avaliou o coordenador de Políticas e Atenção à Saúde da Sesa, Ivan Mendes Júnior . “A nossa perspectiva é que entendamos primeiro quais são os nossos problemas, e a partir do momento que tenhamos clareza deles, nós proporemos modelos, perspectivas, inclusive dentro do próprio modelo de atenção e gestão, para os nossos novos gestores que se inseriram agora com a eleição municipal”, disse Ivan Mendes Júnior.


Defesa do SUS

A diretora do Centro de Ciências da Saúde e professora do curso de Nutrição, Gláucia Posso Lima, ressaltou que a Uece começou nesta semana a capacitar 400 profissionais de nível médio para atuar na área da saúde. “As pessoas que defendem o SUS não são só sonhadoras. Elas são também técnicas”, destacou Gláucia. O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas de saúde do mundo. Foi criado com a promulgação da Constituição Federal de 1988 que determinou como dever do Estado garantir saúde a toda a população. Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde que detalha o funcionamento do Sistema.

A professora Maria Salete Jorge Bessa, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Uece, ressaltou que o evento realizado até este sábado tem o objetivo de compartilhar saberes. “Todos nós somos o SUS. Todos nós fazemos o SUS. Todos nós promovemos o SUS”, disse.


Redes de Saúde

Contraponto ao modelo fragmentado, as redes de atenção à saúde estruturam-se para enfrentar uma condição de saúde específica, por meio de um ciclo completo de atendimento, o que implica a continuidade da atenção (primária, secundária e terciária) e a sua integralidade, envolvendo ações de promoção, de prevenção e de gestão das condições de saúde, estabelecidas por meio de intervenções de cura, cuidado, reabilitação e paliação.

No Ceará, o Projeto QualificaAPSUS foi lançado pela Secretaria da Saúde do Estado, em janeiro deste ano, com o objetivo de subsidiar a reorganização do modelo de atenção a partir da reestruturação da Atenção Primária nos municípios e, consequentemente, da implantação e implementação das Redes de Atenção. O processo de estruturação das redes integradas de atenção à saúde no Ceará deu mais um passo em junho com o lançamento do Projeto de Qualificação da Atenção Ambulatorial Especializada nas Redes de Atenção às Condições Crônicas (QualificaESPSUS Ceará), que vai apoiar as policlínicas regionais na implantação do novo modelo de atenção proposto e integrá-la às equipes de Atenção Primária à Saúde.

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