segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

E quando as juntas doem?


Há um grande número de alterações que afetam as articulações, que vão do desgaste ocorrido com o tempo em nossas juntas a doenças que cursam com inflamação. Dentre essas, a artrite reumatoide.
Quando o pintor Pierre Auguste- -Renoir (1842-1919) teve artrite reumatoide, pouco havia a ser feito para que fosse tratada. Com o avanço da biotecnologia, o diagnóstico foi aprimorado, houve maior estudo e conhecimento sobre a doença, e novas drogas foram criadas, mudando drasticamente a perspectiva desses doentes – para melhor.
A artrite reumatoide é uma doença reumatológica autoimune. Doenças autoimunes são aquelas em que o nosso organismo cria anticorpos contra ele próprio. Essa falha do sistema imune (do sistema de “defesa”), no caso da artrite reumatoide, pode levar à inflamação em diversos órgãos, mas principalmente das articulações, como as de mãos, punhos, cotovelos, ombros, joelhos e pés.
Essa doença acontece por diversos fatores, entre eles predisposição genética, fatores ambientais que podem servir como “gatilhos” e como agravantes (como o tabagismo) e diversos mecanismos inflamatórios e imunológicos.
As mãos costumam ser consideradas como a “assinatura da doença”, tanto porque são as articulações mais afetadas, quanto porque o tipo de comprometimento que acontece nessas juntas é característico da doença: costuma acontecer nas duas mãos, e vai progredindo para outras articulações.
A artrite reumatoide é cerca de três vezes mais frequente no gênero feminino, e costuma ter início entre 35 e 55 anos de idade, embora possa começar também antes e depois dessa faixa etária.
No começo da doença, pode acontecer dor articular (“artralgia”), principalmente nas mãos, evoluindo com inflamação das articulações (“artrite”), que pode ser percebida como “inchaço” e aumento da temperatura local, por vezes com dificuldade para colocar o anel, por exemplo; rigidez articular (que é quando há dificuldade de se realizar movimentos após permanecer um período em repouso, ou ao despertar), e até mesmo deformidades, caso não seja tratada.
O diagnóstico é feito através do quadro clínico com o auxílio de exames laboratoriais, com alguns exames mais específicos para a doença e outros menos específicos que verificam inflamação, e com exames de imagem, como os raios X de mãos. A análise desse conjunto possibilita a definição da doença.
Sendo uma doença crônica, quanto antes for diagnosticada e medicada, maior a chance de evolução favorável, preservando a saúde da articulação e evitando deformidades, de modo que a função articular seja mantida e se evite dores, consequentemente com melhor qualidade de vida.
No momento, há diversos tratamentos disponíveis para o tratamento da artrite reumatoide, que devem ser orientados pelo médico reumatologista e individualizados de acordo com o perfil de cada paciente. Os tratamentos variam conforme o grau de comprometimento da doença, como o número de juntas afetadas, o tempo de evolução, a presença ou não de deformidades, até a reabilitação com a fisioterapia e o uso de órteses e próteses nos casos mais graves.

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